quinta-feira, 7 de abril de 2011

MÃE TIGRE OU MÃE CORUJA?


Nos Estados Unidos foi lançado um livro polêmico. É a história de uma professora de direito, filha de imigrantes chineses, que narra sua trajetória como mãe. Até aí, nada de assustador. Entretanto, alguns relatos impressionam. Se a filha errasse, era chamada de “lixo”. Se as lições de piano não fossem perfeitamente executadas, a mãe ameaçava dizendo que queimaria todos os bichos de pelúcia. Atividade extra? Só se as filhas prometessem tirar medalha de ouro. Caso contrário, nem pensar! Em matemática, eram obrigadas a estar dois anos na frente de seus colegas. Além disso, uma série de proibições. Disciplina excessiva! Essa mãe, autora do livro “Battle Hymm of the Tiger Mother” (Hino de Batalha da Mãe Tigre) critica a maneira ocidental de criar filhos dizendo que somos muito permissivos e não exploramos o potencial deles.

Mas afinal, o que é certo e o que é errado na criação dos filhos?

Há inúmeras pesquisas científicas de psicólogos e educadores de renome apontando o melhor perfil na hora de educar as crianças. Ao passo que a mãe tigre não é psicóloga nem educadora de crianças, tampouco pesquisadora. Trata-se de uma especialista em direito e professora de adultos.

Para não ficar teorizando aqui, vejamos os três perfis mais “problemáticos”:

Perfil autoritário – atrapalha o desenvolvimento da autoestima e da personalidade das crianças. O maior índice de suicídio entre crianças e adolescentes está aqui.

Perfil superprotetor – não desenvolve a autonomia das crianças fazendo-as frágeis emocionalmente e dependentes de alguém que oriente e diga o que fazer em cada situação. Quando adultos, têm dificuldades em aceitar novos projetos e medo de tomar iniciativa.

Perfil negligente (a maioria dos pais ocidentais) – é o pior perfil de educador. Seus filhos não desenvolvem autonomia, têm baixa autoestima e não resistem às frustrações da vida.

Os três perfis trazem problemas para o desenvolvimento da personalidade das crianças. Mas então, o que fazer? O melhor é assumir o perfil “participativo” no qual os pais equilibram muito bem as exigências e as obrigações com o estar junto, brincar, ouvir, conversar, incentivar e, principalmente, construir um bom vínculo com os filhos. Pais participativos têm filhos felizes e realizados como seres humanos. Se a “mãe tigre” tem perfil autoritário, erra. Se a “mãe coruja”, que tem a tendência de superproteger aceitando como “lindo” qualquer resultado de seus filhos, também erra. O ideal é o equilíbrio: ser participativo. É científico, real, de muito bom senso e ideal para crianças emocionalmente saudáveis!

(Revista Viver Curitiba. Março/2011)

MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante. Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros no http://www.kapok.com.br/.

Um comentário:

Práticas Pedagógicas disse...

Gostei muito do seu blog. Sou professora e enfrento diariamente muitas alegrias, mas também muitas tristezas e dificuldades. Tenho feito leituras que me têm ajudado. Bolgs, websites e livros que tratam temas como trata aqui têm me ajudado muito. Iniciei recentemente o meu blog, onde abordo questões relacionadas com a Educação e principalmente gestão de conflictos. http://praticaspedagestaoconflitos.blogspot.com/
Já estou a seguir o seu trabalho, o que me está a ajudar. Um abraço