quinta-feira, 7 de abril de 2011

Como ajudar seu filho a ter uma autoestima saudável.

                                
Perguntei a uma menina de 6 anos de idade se ela gostava de si mesma e se as outras pessoas gostavam dela. Sua resposta foi surpreendente, ela disse que sim, pois gostava dela mesma por ser bonita, e que as outras pessoas gostavam dela por ser bonita e magrinha. Num primeiro momento pode-se achar que a autoestima dessa menina está legal, pois ela gosta de si e percebe os outros gostando dela. No entanto, as razões que justificaram suas respostas são assustadoras. Com seis anos de idade ela já está preocupada com a beleza e com o fato de ser magra. Para ela, pessoas de valor são pessoas bonitas e magras. Quanto preconceito! E isso numa menina de seis anos de idade!

Ela, como outras, já é vítima da influência da mídia, da moda, dos concursos de miss, das grifes e de outros contra-valores que lhes são transmitidos diariamente.

Temos que, como pais, apresentar os valores. Não adianta apenas combater o que está errado, precisamos ensinar o certo.

É claro que podemos falar de moda, estética, beleza e outros fatores relacionados com a aparência, apenas estamos mostrando que não devem ser esses valores que devem dirigir nossas vidas, mas os essenciais.

Para um melhor resultado na construção de uma autoestima saudável nas crianças, é necessário que você, mãe e pai também tenham uma boa autoestima. Você precisa gostar de si, investir tempo, dedicar-se a coisas que gosta. Valorizar-se. Um pai, por exemplo, pode dizer à esposa: “querida, vou jogar bola sábado à tarde”, sem peso na consciência e sabendo que está investindo em sua saúde mental, além da física.

E a mãe: “querido, vou sair com minha amiga, sexta à noite. Ainda não sabemos aonde vamos, mas vamos nos divertir”.

Esses pequenos exemplos são apenas para evidenciar algo que não é fácil fazer, principalmente para nós pais acostumados a nos entregar de corpo e alma no trabalho e na criação dos filhos, deixando de lado a nós mesmos.

Um pai, ou mãe, de bem com a vida, contagia positivamente seu filho e toca seu coração para que aprenda, desenvolva-se e assuma os fracassos e as vitórias em sua caminhada como ser humano realizado e feliz.

Não é fácil investir na autoestima, pois a mídia e o consumismo enviam diariamente mensagens contrárias. Uma mulher bonita é chamada de “modelo”. Modelo do que? Se há modelo, tem que haver cópias? As mulheres olham para a “modelo” e se percebem diferentes dela. Sentem um vazio interior e pensam em preenchê-lo. O consumismo sai ganhando, a autoestima, não.

E nossos filhos? Que mensagens recebem? Pesquisas têm mostrado que a criança brasileira é a que mais assiste TV no mundo, ou seja, é a que mais está exposta aos contra-valores. Nosso trabalho para ajudá-los a construir autoestima saudável é ainda maior. O primeiro passo é desmascarar o que a TV mostra. E dizer aos nossos filhos que ser honesto, ser responsável, ajudar as pessoas, ser ético e batalhador é muito mais importante que ser magro ou bonito.

(Publicado na revista Viver Curitiba, n 1 ano 1) 

MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante. Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros no www.kapok.com.br.


2 comentários:

Irisvânia Naque disse...

Olá Marcos!!! como sempre é um grande prazer ver vc retratar tão simplesmente os fatos corriqueiros que acontecem no dia-a-dia de nossas crianças, e de fato a autoestima é algo que não só os pais mais nós educadores devemos trabalhar e estimular em nossos educandos para que possamos evitar futuros Wesley que venham a tirar a vida de crianças inocentes em nosso país e quesá no mundo!!
Iris Naque

Juliana Tavares Alberti disse...

Olá, Marcos! Muito bom saber que você tem um blog, já sou uma "seguidora" e tomei a liberdade de postar um vídeo seu no meu blog http://jeitodemae.blogspot.com
um abraço!
Juliana.