domingo, 29 de agosto de 2010

Família campeã!

Aí vão algumas dicas para vencer:


1 – Todos são estrelas! Quando só um aparece, os outros perdem a força da união. O ideal é que cada um seja incentivado por todos da família a ser cada vez melhor.


2 – Se um se sobressair em alguma coisa diferente dos outros, é a hora de todos apoiarem. Um filho gosta de escrever? Parabéns! Todos o apoiarão a ser cada vez melhor nisso. O outro gosta de esportes? Mesma coisa. Nada de inveja, de querer que o outro erre, mas ao contrário, todos fazem de tudo para apoiar cada um da família.


3 – Compreender as dificuldades. Ao invés de criticar, falar mal e sempre apontar para o erro, o ideal é aceitar que cada membro da família possui pontos fortes e pontos fracos e o papel de todos é incentivar os pontos fortes.


4 – Alta cooperação dentro da família para conseguir alta competição fora dela. Ou seja, quando uma família apóia, dialoga, conversa, abre espaços para o compartilhar, ela se fortalece e tem condições para lutar lá “fora” na sociedade, no trabalho, na escola. Os valores que a sociedade tenta imprimir como importantes “leve vantagem sempre”, “vença a qualquer custo” etc... devem sempre ser contrapostos com nossos valores de solidariedade, caráter, honestidade, etc. Esses valores são construídos dentro da família.


5 – Quando alguém da família se sacrifica para que os outros vençam, deve ser tão reconhecido como o que está vencendo. Por exemplo: a mãe que não está fazendo faculdade para ter mais tempo de interação com os filhos e possibilitar que o pai faça sua pós-graduação deve ser tão reconhecida quanto o pai. O diploma de pós não é só dele. É dela também, é de todos. Esse tipo de reconhecimento deve acontecer no dia-a-dia e não só no dia das mães.


6 – Reconhecer momentos de fraqueza. Tem dias que a gente está “pra briga”. Avise. Não fique isolado esperando um problema acontecer para estourar. Saia de cena, peça para alguém assumir suas tarefas naquele dia, ou, pelo menos, parte delas. Temos o direito de estarmos tristes, felizes, dispostos, mal-humorados etc... As variações são humanas. Nem sempre a gente acerta tudo.


7 – Incentivo mútuo. Quando um dos membros da família está “quase desistindo” de alguma coisa, todos devem ajudar. Todos devem incentivar. O filho mais velho está se preparando para o vestibular? Nada de cobranças desnecessárias, mas de palavras de apoio e de ações reais que ajudem.


8 – Vitórias são fruto de muito trabalho. Essa mensagem deve ser sempre lembrada quando estamos no auge. Quando alguém da família recebe um elogio público, um prêmio, um reconhecimento social, todos da família curtem. Mas a arrogância, a prepotência e o orgulho facilmente aparecem quando esquecemos do esforço de todos.


9 – O fracasso é de todos. É difícil aceitar isso, mas quando um filho se envolve com drogas, por exemplo, se ele for visto como “a ovelha negra da família”, ninguém o ajuda. Mas se sabemos que todos são responsáveis, a gente vai ajudá-lo a sair dessa.


10 – Família feliz e realizada dá trabalho. Compartilhar, dialogar, viajar juntos, parar em casa todos juntos para brincar, ver DVD todo mundo “amontoado”, são coisas que nos alimentam como família, mas dão muito trabalho, investimento de tempo e de energia. Mas é só assim que a gente vence.


MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante. Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros no www.kapok.com.br.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Língua Portuguesa

Desafio da Língua Portuguesa
(Esse quase ninguém acerta...)

Aí vai um desafio para quem quiser testar seus conhecimentos de língua Portuguesa. Trata-se de um teste realizado em um curso na American Airlines.
Na frase abaixo deverá ser colocado 1 ponto e 2 vírgulas para que a frase tenha sentido.

PENSE antes de ver a resposta que está em seguida. Afinal, assim não seria um teste.
Essa já é difícil para brasileiro. Imagine para americano...


MARIA TOMA BANHO PORQUE SUA MÃE DISSE ELA PEGUE A TOALHA.


Não olhe a resposta antes de tentar acertar!!




?










?








RESPOSTA :

Maria toma banho porque sua. Mãe, disse ela, pegue a toalha.


A 'pegadinha' está no fato do uso do verbo suar, confundindo com o pronome possessivo (sua)...
A Língua Portuguesa é fogo.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

EDUCAÇÃO

O Brasil não está entre as 100 melhores do mundo. Nem a USP nem a UNICAMP...



Educação ainda não é prioridade nos governos... Triste.


http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/100812/mundo/educa____o_universidade_classifica____o_china_1
 

terça-feira, 10 de agosto de 2010

As inscrições ainda estão abertas! Não perca tempo!

Relatório publicado quita-feira, 18 de Junho de 2009, no site:
http://www.mercedarias.org.br/section-blog/58-nossas-irmas-partilham-suas-experiencias/103-palestra-do-psicologo-e-professor-marcos-meier-como-desenvolver-a-inteligencia-do-seu-filho-ou-aluno.html

Palestra do Psicólogo e professor Marcos Meier: Como desenvolver a inteligência do seu filho ou aluno.

Objetivando contribuir com as Entidades Educacionais, a professora Walknéia, do corpo docente do Colégio Nossa Senhora das Mercês, elaborou com muita precisão o Relatório da Palestra do Psicólogo e Professor Marcos Meier proferida no Colégio Anchieta de Nova Friburgo, no dia 27 de abril de 2009, na que participou um grupo de professores do Colégio. Avaliamos como fundamental e importante, num tempo de inúmeros desafios e entraves no processo ensino-aprendizagem.

RELATÓRIO DA PALESTRA DO PSICÓLOGO E PROFESSOR MARCOS MEIER

TEMA: COMO DESENVOLVER A INTELIGÊNCIA DO SEU FILHO OU ALUNO

No dia 27 de abril de 2009, no Colégio Anchieta de Nova Friburgo, a equipe do Colégio Nossa Senhora das Mercês juntamente com outras demais escolas assistiu à palestra ministrada pelo professor de Física e psicólogo, Marcos Meier, cujo tema era: Como desenvolver a inteligência do seu filho ou aluno.

O palestrante iniciou com a Teoria da Mediação, mostrando-nos que a qualidade da relação versus interação potencializa a aprendizagem. A seguir, sinalizou o quanto o ambiente pode interferir no desenvolvimento da inteligência. Isso foi concretizado através do exemplo de uma experiência feita com três ratos, sendo o primeiro colocado num local fechado onde a comida ficava próxima a ele; o segundo em um outro lugar também fechado, porém o alimento foi posto de forma que ele necessitasse de algum esforço para obtê-lo; já o terceiro, e último rato, fora preso em um espaço tendo que enfrentar o desafio de um labirinto para conseguir se alimentar. Mas, a cada dia a comida era trocada de local o que tornava sempre mais difícil tal aquisição. No final de um determinado tempo, os dois primeiros ratos haviam morrido, enquanto o terceiro continuava vivo e bem ativo, tentando achar mais alimento.

Essa experiência serviu para nos alertar sobre a maneira como oferecemos ou não desafios às nossas crianças para que possam através de situação-problema desenvolver sua capacidade cognitiva.

Marcos Meier destacou também que, embora os 100 bilhões de neurônios da bagagem genética do homem vão-se perdendo ao longo do tempo, o número de sinapses pode ser aumentado mediante as possibilidades de estímulos que se receber. Explicou que a diferença no desenvolvimento da inteligência está na superação, por isso as crianças devem receber estímulos, problemas e desafios para serem resolvidos por elas próprias.

Ao estabelecer que a negligência é um crime contra o cérebro e tão prejudicial quanto à superproteção, Marcos diz que esta última limita a capacidade do cérebro.

No que se refere à escola e família o nosso palestrante destaca o cuidado que se deve ter ao falar com os pais sobre o desenvolvimento do filho, evitando palavras que diminuam a imagem da criança, mas sim, elogiar o potencial dela e dizer que o mesmo pode ser bem mais trabalhado. Mostrar inclusive como é importante desenvolver a autonomia, fazendo com que a própria criança resolva os seus problemas. Tudo isso deve ser feito sem nenhuma força física. Ressaltou também: “Nós não somos facilitadores da aprendizagem, somos desafiadores das dificuldades.”

Foi tratado também da chamada Síndrome da Privação Cultural, ou seja, a criança é privada da própria cultura, pois o mundo não está sendo explicado para ela. Um exemplo disso é quando uma criança de 10 anos, que provavelmente já sabe sistema monetário, mas não lhe foi explicado como isso funciona no seu cotidiano. Portanto, esse conhecimento fica só na teoria e não é interiorizado,

Outros exemplos dessa mesma síndrome são os de crianças que ficam sozinhas; as que assistem à televisão o dia inteiro ou aquelas viciadas em vídeo-games. Entende-se então que é imprescindível tempo de mais qualidade para que haja uma boa aprendizagem.

Quanto ao papel do professor, Marcos Meier alertou que ele deve procurar, sempre que possível, desenvolver a autonomia do aluno e não tem que lhe ensinar, pois quanto mais o aluno aprende mais ele se apropria da cultura. “O verdadeiro mestre é aquele que ensina autonomia.”

Na mesma linha temática o palestrante apresentou-nos as fases da autonomia assim divididas:
Anomia - a fase do bebê- não há regras, nem limites;
Heteronomia- há excesso de normas, regras, limites que vêm do outro.
Autonomia – quando a criança já interiorizou e compreendeu todas as regras

Se todas as etapas forem desenvolvidas, a criança já possui autonomia, daí ela consegue ter percepção das coisas, o que torna possível a aprendizagem.

Em outro momento, Marcos Meier voltou-se mais para o fator emocional em que ele aborda a falta de afeto como sendo altamente prejudicial tanto para a criança, adultos e inclusive idosos. Explica que a criança necessita de afeto para desenvolver a sua autonomia. Já o adulto, embora precise muito, procura “disfarçar” essa carência afetiva o que não se dá com o idoso, pois esses fazem questão do toque, da proximidade. Quando há falta de afeto, de contato, de amor temos como resultado a depressão.

Ao se referir à Educação Infantil, Marcos Meier chamou a atenção dos ouvintes para as áreas (física, emocional e cognitiva) que devem ser trabalhadas no aluno. As sensações – os sentidos – são muito importantes, visto que trazem experiências anteriores, e a aprendizagem da linguagem e da escrita é o efeito colateral.

Quanto ao ciclo de aprendizagem, Marcos Meier o distribuiu assim:

1º. ) Aula- memória de curto prazo – a pessoa logo esquece o que foi apresentado.
2º. ) Lição de casa- memória de longo prazo- repetição do que foi explicado em aula
3º. ) Sono profundo- fixação- o que há na memória de longo prazo é fixado durante o sono

Um dos itens bem interessantes de se observar foi o de que dever de casa ainda é um dos recursos mais importantes para que a criança possa apreender, pois esse simples hábito de repetição é que vai construir a aprendizagem. Destacou também o hábito de seis semanas de repetição diária.

Marcos Meier observou que o adolescente não cria vínculo, para ele tudo é superficial, por isso devemos estar atentos a esse tipo de comportamento.
Citou que o trabalho, às vezes, não tem que ter prazer, mas sim, realização
Finalizou dizendo que as crianças, hoje em dia, não têm sono profundo, dormem pouco; logo não conseguem ter fixado aquilo que lhes foi explicado durante as aulas. Isso talvez se deva a tantas ocupações ou distrações a que são submetidos.

O nosso palestrante deixou claro que a apresentação de uma alternativa melhor não acarreta mudança nem faz as pessoas mudarem, mas sim, quando a dor de permanecer for maior do que a de mudar.
Portanto, é mister saber avaliar o que traz mais alegria ou lucro e optar , porém, tratando-se de crianças, adolescentes, jovens, entende-se que o melhor caminho é o professor, pais e todos os envolvidos no processo educacional inteirarem-se do assunto e dar uma orientação melhor e segura àqueles que realmente necessitam.

Professora Walknéia da Rocha Constantino

Agressão nas escolas – o bullying.


Se você tem filhos em idade escolar certamente tem ouvido muito a palavra “BULLYING”. Mas afinal, você sabe exatamente do que se trata? E como agir diante dele? Preparamos um pequeno guia, com perguntas e respostas práticas sobre esse assunto, tão em voga na atualidade. Boa leitura!


O que é bullying?
A definição mais aceita é que o bullying é um comportamento intencional e sistemático e objetiva causar dor física ou emocional. Geralmente é realizado por uma ou mais pessoas contra outra mais fraca ou com menos poder.
Não é bullying quando uma criança briga com a outra ou quando há troca de xingamentos. Isso é problema de agressividade mal dirigida, mas se não for sistemático, intencional, com desequilíbrio de poder ou força, não é bullying.


Como os pais podem identificar?
A criança demonstra alguns sintomas em casa: dores de cabeça antes de ir pra aula, sono agitado, irritabilidade constante e reclamações sem sentido como “odeio aquela professora”, “não gosto daquela escola”, “tô sujo porque caí”, “perdi o dinheiro do lanche” e outras fora do comum. Além disso, a criança fica mais retraída e prefere isolar-se.


Como denunciar?
Antes de denunciar, vale a pena incentivar a própria criança tomar a iniciativa, para que a vitória seja dela também. Falar com a coordenação pedagógica e solicitar uma solução e um prazo. Em escolas menores, a direção deve ser comunicada imediatamente. A criança fala com a coordenadora ou a diretora e explica o que está acontecendo. Imediatamente os pais devem ir à escola e confirmar a história, devem reforçar o pedido de solução. A solução nunca pode ser pontual, pois o bullying é global, problema de todos e não de apenas algumas crianças. Não se deve deixar a criança resolver tudo sozinha. Esse caso é serio e precisa da interferência dos pais. A iniciativa da criança deve ser valorizada, para que ela não tenha uma imagem de si mesma como de “vítima” ou de “coitadinha”.


Qual o papel da escola nestas situações?
A escola madura toma decisões coletivas. Toda a comunidade escolar deve ter consciência do que é o bullying, o que causa, como tratar, como identificar e principalmente como criar um clima de solidariedade em que o bullying seja extinto. Uma escola só vence o bullying quando os pais, professores, funcionários e alunos aprendem sobre causas e consequências do bullying.


A escola é responsável por comunicar os pais dos envolvidos?
Por lei, tudo o que acontece na escola é da responsabilidade dela. Ou seja, a escola pode ser acionada judicialmente em caso de bullying, pois acontece sob suas dependências. Portanto deve sim comunicar as famílias da vitima e dos agressores. Não apenas comunicar, mas explicar quais as providências que estão sendo tomadas e porquê.


E dos professores?
Os professores precisam receber treinamento para identificar o bullying, para saber como abordar a vítima, como abordar os agressores, como criar um ambiente de inclusão e principalmente como criar vínculos significativos com as crianças para que esse tipo de situação não ocorra. Professores mal preparados podem piorar a situação e acabar traumatizando os envolvidos.


Como tratar uma criança que sofre ou sofreu com o bullying?
Se ela está sofrendo, precisa imediatamente sair da situação de vitima. A autoestima está baixa, seu valor está diminuído perante o grupo e provavelmente seus amigos a abandonaram. Portanto precisamos, nós adultos, ajudar essa criança a socializar-se de forma saudável. Isso deve ocorrer tanto para aquela que está sofrendo com as agressões quanto com a que já sofreu. Nosso principal foco deve ser ajudá-la a melhorar sua autoestima e seu círculo de amizades.


O agressor também precisa ser tratado? Como?
Normalmente as escolas ajudam apenas a vítima e punem os agressores. Erro comum. Os agressores também precisam de ajuda, pois estão com seus valores perturbados. Não percebem o sofrimento do outro ou quando percebem não se sensibilizam com a dor do outro. Esses agressores precisam reconstruir seus valores, seus princípios e adquirir uma visão da vida, do mundo e das pessoas baseada no respeito pelas diferenças e não no preconceito.


Como falar deste problema com as crianças?
De forma mais aberta possível e explicando por meio de exemplos práticos e reais o que é o bullying. Entretanto precisa-se tomar cuidado para não expor uma criança com exemplos ou com relatos.


O uso frequente da internet aumenta esta prática?
Não aumenta, apenas abre espaço para um novo tipo de agressão: o cyberbullying. Xingar, difamar, caluniar, humilhar pessoas em páginas da internet, por emails, em blogs ou quaisquer outros meios eletrônicos é tão prejudicial quanto o bullying tradicional, presencial.


É possível controlar o uso de ferramentas da internet para diminuir o bullying?
O controle deve ser de todos, pessoal. Não por meio de softwares, pois o agressor que encontra limitações nos computadores da escola ou da própria casa, vai encontrar outra oportunidade na casa de um colega. Assim, se o trabalho de conscientização for feito pela escola, atingirá melhor os objetivos. Um detalhe: se a vítima for a um cartório e solicitar que seja documentada a agressão por meio de pagina de internet, o funcionário abre a página no computador do cartório, imprime e carimba com a data e assina a folha. Esse papel passa a ser documento perante a Justiça. Essa informação deve ser passada a todos os alunos e a todos os pais. O objetivo é dificultar esse tipo de agressão.


Como estabelecer os limites nas crianças/adolescentes para evitar este problema?
Deve-se sempre agir com os alunos construindo vínculos significativos e abrindo possibilidades para o diálogo. Quando há essa cumplicidade entre os alunos e os professores, dificilmente uma situação de bullying segue adiante. Se a escola se mantém distante dos alunos afirmando que seu trabalho é apenas curricular, abre espaço para as agressões e passa a ser cúmplice dos bullies (agressores).


E se a escola se recusa a agir mesmo sabendo da existência de bullying em suas dependências?
Infelizmente há escolas despreparadas e imaturas. Uma escola que permite o bullying afirmando que isso é “da idade”, “normal nessa fase”, “isso sempre existiu, não é de agora” demonstra que não se preocupa com a formação integral de seus alunos, mas provavelmente afirma o contrário em seu Projeto Político Pedagógico. Declara que seu objetivo é o desenvolvimento dos aspectos cognitivos, sociais, psicológicos, etc... mas na prática é cúmplice da deformação e da falta de ética. O ideal é entrar em contato com outros pais e solicitar uma reunião com a direção, e representantes da associação de pais e mestres.

MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante. Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros no www.kapok.com.br.



Você pode encontrar mais a esse respeito, na obra "Bullying sem blá-blá-blá" Versão adultos e versão Teen, para crianças e adolescentes. Compre o seu no site da kapok: www.kapok.com.br


MEIER, Marcos; ROLIM, Jeanine. BULLYING SEM BLÁ-BLÁ-BLÁ. Curitiba, Intersaberes, 2013.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

IV CONGRESSO MUNICIPAL DE EDUCADORES
Santo Ântônio de Jesus - BA

http://www.educacao.prefeiturasaj.ba.gov.br/index.php

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

terça-feira, 3 de agosto de 2010

ÁLBUM DE FIGURINHAS



Quando estou com meus amigos, sinto um bem estar enorme por causa do clima de companheirismo e de solidariedade. Conversamos descontraidamente. De vez em quando falamos de um ou outro, realçando suas peculiaridades, suas idiossincrasias, seu modo de agir que de alguma forma nos chamou a atenção. São as “esquisitices” próprias de cada um. E comentamos: “ele é uma figura”, “esse cara é uma figurinha carimbada” etc.



Este tipo de expressão está relacionado, no fundo, com nossas experiências infantis com algo muito importante naquela fase: nosso álbum de figurinhas. Como era bom chegar à escola e perguntar quem tem esta, quem tem aquela, e do clima de suspense quando abríamos os pacotinhos. Lembro muito bem do dia que achei uma figurinha carimbada num dos pacotinhos que eu havia comprado com o dinheiro da venda de picolés de casa em casa: a sensação de ter descoberto um tesouro. Não queria trocá-la com ninguém. Não queria nem mesmo colá-la no álbum com medo de que fosse roubado, e com ele, meu tesouro. (Uma figurinha carimbada era uma figurinha especial, rara, de tiragem limitada e por isso mesmo, dificílima de ser encontrada)



Hoje não coleciono mais figurinhas. Coleciono livros, cadernos, coleciono boas e más experiências desta vida, sonhos, alegrias e tristezas. Guardo comigo as amizades que fiz e que ainda hoje me são importantes. E com tudo isto em mente, havia já há muito tempo, contado minhas experiências infantis ao meu filho, falando da persistência, do cuidado e de nunca desistir dos objetivos: se for para completar o álbum, então lute por isto!


Outro dia, ele chegou com lágrimas nos olhos e não queria conversar. Depois de muita insistência, ele disse que o álbum comprado no dia anterior não poderia ser levado à escola. É proibido. Dá muito trabalho para as professoras fazer com que os alunos guardassem as figurinhas e prestassem atenção na aula. Imediatamente lembrei da minha infância e do meu álbum. Não falei nada a ele, apenas ouvi seu desabafo. A escola não conversou com as crianças e “para o bem delas” proibiu. Democracia hipócrita.


Outro dia, ao levar meu filho para a escola, vi duas crianças escondidas atrás de um carro no estacionamento, abaixadas para não serem vistas e com as mochilas ocultando alguma transação proibida: estavam trocando figurinhas. Como proibir algo que faz parte da infância? Proibir a identificação com seus pais, ou avós? Aquele ato inocente de trocar figurinhas estava sendo criminalizado.
Se não podem impedir que as figurinhas e os álbuns continuem entre eles que tal orientá-los? Ou de que forma poderiam incluir esta força característica da infância (colecionar) para servir de complementaridade pedagógica? Como realizar na prática a formação integral proposta pela escola?


Fiquei com um sentimento muito forte de que a escola tornou a vida daqueles "colecionadores" um pouco mais triste, e levou seus sonhos infantis para outra esfera, longe da sala de aula. A escola parece-lhes que não pode ser um lugar para ter sonhos ou prazer. Nem para se ter histórias para contar aos filhos ou aos netos. Obviamente que deve dar muito trabalho para as professoras lidar com conversas, álbuns, figurinhas, trocas, cultura, tradição, compra e venda, troco, desconto e tantas outras operações “mercadológicas”. Entretanto, são temas da própria e. Tem alguma  errada. E não é com as crianças.
 
MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante. Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros no www.kapok.com.br.


(Imagem extraída do site www.brasilcult.pro.br )